20 de fevereiro de 2013

Sete Erros na Educação dos Filhos

Erro 1: desautorizar o pai (ou a mãe) na frente da criança 

Imagine a situação: a criança quer tomar sorvete antes do almoço. Para a mãe, de jeito nenhum, mas para o pai fala: "Por que não? Só hoje". Isso pode fazer uma confusão na cabeça do pequeno. "Ele entenderá que o limite imposto por um dos pais não é verdadeiro e essa ideia pode dificultar que a criança obedeça e cumpra regras", declara a psicóloga Aline de Aguiar, do Rio de Janeiro, doutora em Psicologia Social. Claro que é normal que o casalzão concorde em tudo, mas Aline sugere que seja feita uma conversa longe da criança para definir, em comum acordo, as regras da casa.

Erro 2: "Faça o que digo, não faça o que eu faço" 

Os pais são a referência do filho. Aline de Aguiar conta que as brincadeiras de imitação começam desde bebê, com a criança tentando fazer as mesmas caras dos pais, os mesmos sons. Conforme o pequeno cresce, passa a questionar quando não pode ser igual a eles. "O exemplo é muito mais forte para a criança do que as palavras", comenta a psicóloga. Hábitos como não fumar, comer verduras e legumes e dormir cedo pode fazer com que a criança entenda desde cedo a importância de levar um estilo de vida mais saudável. 

Erro 3: Ceder à birra da criança

É verdade que há momentos em que ela irá espernear demais. Mas ceder a isso é deixar que o filho fique no comando, ou seja, ele irá achar que pode conseguir tudo o que quer, na hora que quiser - basta chorar. A psicóloga Aline explica que as crianças desafiam e buscam o limite o tempo todo. "Mas sem esse limite pode haver insegurança pois não fica claro o que é certo ou errado diante de situações da vida", diz. O melhor a fazer é dizer para ela que a birra não vai adiantar, sempre com muito diálogo. Uma hora ela irá perceber que a choradeira não trará resultado e irá parar. 

Erro 4: Não dar explicações

As regras são mais fáceis de serem seguidas se forem compreendidas. Simplesmente dizer "não pode", "você não vai", pode deixar a criança brava por não entender o motivo. É claro que existem explicações complexas demais para o pequeno entender, como dizer o que é um choque ao colocar o dedo na tomada, mas há outras abordagens mais eficientes. "Nessas horas, vale investir no afeto e explicar com paciência: 'Não pode colocar o dedo na tomada, você pode se machucar; papai te ama e quer que você fique bem! Venha cá que quero te dar um abraço'", sugere a psicóloga Aline. A demonstração de carinho ajuda a mostrar que você impõe regras porque quer o bem do filho. 


Erro 5: Contar pequenas mentirinhas 

Contar que o "bicho papão" pode pegar o filho se ele não comer salada nem sempre é uma boa forma de educar. Segundo a psicóloga Rosmairi Oliveira, de São Paulo, a criança fica sempre muito atenta ao comportamento e às atitudes dos pais e pode perceber, com o tempo, as pequenas mentiras. "Pais que mentem têm grande chances de criar filhos também mentirosos", afirma. No futuro, quando a criança dizer que já fez o dever de casa enquanto, na verdade, jogava videogame pode parecer só mais uma mentirinha sem consequências. 




Erro 6: Fazer ameaças

É comum os pais ameaçarem a criança com a punição de tirar-lhe algo bom, caso a criança seja desobediente - ou presenteá-la ao concluir algo de bom. "Isso é condicionar o comportamento, sem mostrar a importância dele", conta a psicóloga Rosmairi.
Além disso, ameaçar sem cumprir é ainda pior: isso enfraquece a moral dos pais, pois a palavra fica árida, autoritária e ainda falsa. "Mentiras, chantagens e ameaças não ajudam os filhos a lidar com as frustações, amadurecer os valores e fazer uso de estratégias pró-ativas na vida", conclui a especialista. 

Erro 7: Comentar os defeitos do companheiro na frente do filho

Sejam pais separados ou com conflitos dentro de casa, a regra é clara: evite fazer do filho um muro de lamentações. Segundo a psicóloga Rosmairi, a grande necessidade de denegrir a imagem do parceiro vem da necessidade de obter a cumplicidade da criança. "Isso é uma tortura para ela que, muitas vezes, se vê dividida entre o pai ou a mãe", alerta. Em vez de o pequeno se sentir protegido, pode ficar inseguro, não ter um exemplo de afetividade e sofrer com a ausência de harmonia e união da família.

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