26 de dezembro de 2011

APOSTILA DOS COROINHAS CAP. 16


Capítulo 16 – Os Sacramentos                      

Os sacramentos da Nova Lei foram instituídos por Cristo e são em números de sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio. Os sete sacramentos têm a ver com todas as fases e momentos importantes da vida do cristão: conferem nascimento e crescimento, cura e missão à fé dos cristãos. Existe uma certa semelhança entre as fases da vida natural e as da vida espiritual. (CIC, 1210)
(…) A Eucaristia ocupa um lugar único, como «sacramento dos sacramentos»: " Todos os outros sacramentos estão ordenados para este, como para o seu fim". (S. Tomás de Aq., ib., 3, 65, 3). (CIC, 1211)

 Batismo


Os momentos da celebração do sacramento do Batismo são os seguintes :

v  Ritos e introdução, com o sinal da cruz ;
v  Liturgia da palavra e preces da comunidade ;
v  Unção com o óleo dos catecúmenos;
v  Benção da água;
v  Profissão de fé e promessas;
v  Batismo propriamente dito;
v  Unção com o óleo da Crisma;
v  Entrega da vela e ritos finais.

                                         






Penitência ou Reconciliação

Durante sua vida, Jesus, em sua bondade e misericórdia, perdoou muitos pecados, por ser Deus, oferecendo a quem caia no erro a possibilidade de reconciliar-se com o Pai e de voltar  à amizade de Deus.

A Penitência ou Reconciliação é a cura da doença do pecado. É Deus e a comunidade que nos perdoam. Para alcançar o perdão dos pecados, é preciso, em primeiro lugar, arrepender-se das faltas cometidas: depois, confessá-las ao sacerdote que, em nome de Deus, pode conceder-nos o perdão, a reconciliação com Deus e com os irmãos, sugerindo-nos fazer algumas orações.

Assim, são cindo os principais momentos da reconciliação:

v  Exame de Consciência: necessário para verificar o que houve de errado depois da última confissão;

v   Arrependimento  ou dor pelos pecados, pois ofendemos o Pai que tanto nos quer;

v  Firme propósito de não repetir os mesmos erros, com boa vontade e com a ajuda de Deus;

v  Confissão dos pecados ao representante de Jesus, com humildade e confiança;

v  Penitência, isto é, algumas orações que o padre nos sugere fazer para nossa reconciliação com Deus.

Todos os fieis devem confessar-se com certa freqüência.Mas os coroinhas, que servem
Jesus mais de perto, precisam guardar seu coração sempre limpo, reconciliando-se todas as vezes que necessitarem do perdão de Deus.

Seria bom que você, coroinha, tivesse um diretor espiritual, quer dizer, alguém a quem pedir conselhos em caso de duvidas, mesmo fora da confissão.


                               


Eucaristia (Missa)

Considera-se a Eucaristia s celebração central de toda a liturgia, porque relembra a Páscoa de Cristo, tomando-a presente entre nós.E na Eucaristia que Jesus se dá a nós em alimento na forma de pão e vinho, simbolizando a própria alimentação da vida cristã.

Durante esta celebração litúrgica, o coroinha presta seu serviço devoto a atento de modo especial.E claro que a missa é muito importante para todos os cristãos, mas o coroinha deve sentir-se privilegiado nessa celebração, porque participa de forma especial.

Jesus, que está sempre no meio de nós, torna-se presente de modo real na missa quando:

v  A comunidade de fieis se reúne em seu nome sob a presidência do sacerdote;
v  É proclamada e ouvida a Palavra de Deus;
v  O pão e o vinho se tornam o Corpo e Sangue de Cristo;

Você pode perceber agora como é importante a celebração da missa e como é indispensável participar dela pelo menos nos domingos, pois nos comunicamos diretamente com Jesus. Da missa todos tornam parte ativamente:

v  O Sacerdote dirige a comunidade dos fieis;
v  O coroinha serve Jesus ao redor do altar;
v  O coral canta musicas apropriadas para a ocasião;
v  Os leitores proclamam a Palavra de Deus;
v  O povo presta atenção ao que dizem o sacerdote e os leitores, acompanha e participa das orações – fazendo sua ação de graças e seus pedidos -- e cantam.

Pra que você compreenda melhor todo o ritual da missa, vamos dividi-la em 5 partes, que serão explicadas a seguir:

v  Ritos de introdução;
v  Liturgia da palavra;
v  Liturgia eucarística;
v  Ritos de comunhão;
v  Ritos de conclusão.

Ritos de Introdução

 A finalidade dos ritos de introdução é fazer com que os fieis se sintam unidos para formar uma só comunidade, uma só assembléia, dispondo seu coração a sua mente para receber a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Santa Eucaristia.

Enquanto o povo canta o “canto de entrada” uma pequena procissão sai da sacristia ou do fundo da nave da igreja e vai para presbitério (altar). Tomam parte dela os coroinhas e o padre (há missas rezadas por mais de um padre).

Diante da mesa do altar, o celebrante venera a cruz, que é o símbolo de Cristo, com uma reverência e um beijo sobre a mesa a mesa.E, diante do sacrário, todos fazem genuflexão, adorando Jesus na Eucaristia.

Para encerrar a introdução, o sacerdote, apresenta a Deus as intenções e pedidos do povo, com as orações do Missal. A comunidade presente responde Amém , que significa: sim, estamos de acordo, assim seja, é isso que estamos pedindo.

Liturgia da Palavra

Durante a liturgia da palavra, os fieis, sentados, em silêncio, ouvem com atenção a proclamação da Palavra de Deus.É por meio das leituras que Deus fala ao nosso coração. Aos domingos, são feitas duas leituras, em geral uma do Antigo e outra do Novo Testamento. Há domingos em que são feitas duas leituras do Novo Testamento, conforme o tempo litúrgico. O livro que se usa na missa e que contém as leituras chama-se Lecionário.

Continuando a liturgia da palavra, o sacerdote lê o Evangelho referente àquele dia e todas as pessoas ficam em pé, em sinal de respeito à Palavra de Deus.As paginas da Sagradas Escrituras contam as varias etapas da Historia da Salvação, revivendo as maravilhas operadas por Deus em seu povo. As leituras e o Evangelho constituem uma verdadeira “memória” que nos faz reviver o pensamento e o ensinamento de Deus, alimentando-nos e fortalecendo-nos espiritualmente.

Por isso, os leitores devem ler antes os textos, para entenderem bem o seu sentido e poderem “proclamar” com clareza a Palavra de Deus.

Após as leituras, o sacerdote faz a homilia, isto é o comentário oral dos textos lidos, para que o povo possa compreender melhor as mensagens ali contidas.

Encerrando a liturgia da palavra, nos domingos e festas o povo “responde” à Palavra de Deus recitando o Credo, que é a nossa profissão de fé, ou seja, ima afirmação de tudo aquilo que cremos.

E, finalmente, vem a oração dos fieis são breves invocações preparadas ou espontâneas, para pedir a Deus em favor da Igreja, do mundo da comunidade e de cada um em particular.

Liturgia eucarística

A palavra “Eucaristia” significa agradecimento. De fato, na missa manifestamos nossa gratidão ao Pai que nos concedeu a salvação por meio do sacrifício de Jesus.

A liturgia inicia-se com a apresentação das oferendas por parte dos fieis ou dos coroinhas. O pão e o vinho são levados ao altar e, em algumas igrejas, também outras ofertas simbólicas , como flores, ramos de trigo, velas. A comunidade pode entoar um canto.

O coroinha deve ter cuidado de preparar todas as coisas necessárias para esse momento; nada pode faltar e tudo deve estar à mão.

Nesse momento, todo o cristão deve “colocar” sobre o altar sua própria vida, com alegrias e sofrimentos, para que se uma à vida do próprio Cristo sacrificado.Com toda a assembléia em pé, em sinal de atenção e respeitosa participação, segue-se a oração sobre as oferendas e, logo depois, a oração eucarística, com seu prefácio. Esta oração é um longo hino de agradecimento a Deus, que termina o “Santo”.

A assembléia ajoelha-se em sinal de respeito e veneração e fica em profundo silêncio ou expressa louvor.

A longa oração eucarística, depois de pedir pela Igreja, pelos vivos e pelos defuntos, encerra-se com um louvor a Deus Pai, a Jesus Cristo e ao Espírito Santo (Por Cristo, com Cristo,em Cristo...). E todos respondem: Amém !

Comunhão

A oração do pai-nosso inicia o rito da comunhão. A assembléia, com os braços erguidos ou dando-se as mãos, em sinal de súplica e agradecimento, manifesta ao Pai, com as mesmas palavras de Jesus, seus desejos e suas necessidades.

Às pessoas que estiverem mais próximos de nós, damos o abraço da paz, podendo deixar para o final, de acordo com o celebrante.

Finalmente, no solene momento da comunhão – que significa “comum união”, isto é , uma união intima com Deus – o, sacerdote mostra-nos a Eucaristia, que é o próprio Cristo Redentor. Com amor e respeito, estendemos a mão ou a colocamos no peito, próximo do coração, para receber o corpo de Cristo, o alimento de nossa vida.

Nesse momento, coroinha concentra-se e permaneça em silêncio. Se estiver auxiliando o padre a dar comunhão aos fieis, fique bastante atento, numa atitude de profundo respeito.

Terminada a comunhão em geral reservam-se alguns momentos de silêncio para medição, oração, agradecimentos e pedidos particulares.

Ritos de Conclusão

Os ritos de conclusão da missa são muito breves: após uma pequena oração, o sacerdote dá a benção final que, em algumas solenidades e festas, pode ser particularmente solene. “Benzer” quer dizer desejar coisas boas dizer as melhores palavras que somente Deus pode falar a seus filhos.

A benção não é dada somente na missa. Ela pode ser pedida e dada em qualquer circunstância, especialmente quando se tem necessidade particular da proteção da proteção de Deus.

Na última frase da missa, o sacerdote diz: “Vamos em paz e que o Senhor vós acompanhe”. Essa é uma frase muito significativa, na qual nem sempre prestamos atenção, mas que quer dizer que Jesus não fica só na igreja, aguardando nossa volta. E lê acompanha-nos sempre em nossa vida: em casa, no estudo, no trabalho, na escola, na rua, quando estamos alegres ou tristes, quando somos bons e maus.
Depois dessa despedida o sacerdote e os coroinhas reverenciam o altar e a cruz e retornam para a sacristia. O povo canta um canto de despedida e só então retira-se também da igreja.

E assim termina a liturgia da missa ou Eucaristia, mas a tarefa e o compromisso do coroinha não terminam ai. É bom que ele se comporte em casa como um bom filho e com irmão. Só assim viverá sempre sua intensa amizade com Jesus.

                                           

Confirmação ou Crisma

Este sacramento, ministrado aos jovens com mais de catorze anos, é chamado de Confirmação porque “confirma” os dons recebidos no Batismo, tornando o jovem capaz de professar sua fé com coragem, perseverança e  firmeza.

Com esse sacramento, que é o compromisso adulto de construir, com a força do Espírito Santo, o Reino de Deus, vivendo como Jesus viveu, o jovem torna-se consciente de sua dignidade e de sua vocação de “testemunha” de Cristo.

O Espírito Santo infunde no jovem crismando seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.

Os momentos do sacramento da Confirmação são os seguintes:

v  Renovação das promessas do Batismo: o “sim” agora é consciente, dado pelo próprio crismando (e não pelo padrinho, como no Batismo), confirmando que deseja tornar-se um verdadeiro discípulo e testemunha de Cristo;

v  Imposição das mãos: ocorre por parte do bispo e dos presbíteros concelebrantes, invocando o Espírito Santo;

v  Unção com o óleo do crisma: o bispo (que é quem ministra esse sacramento) unge a testa dos crismandos, fazendo  com o santo óleo um sinal em forma de cruz.

Como já dissemos, o rito da Crisma é celebrado pelo bispo no contexto da missa. E os coroinhas dela participam, levando ao bispo, depois da homilia e da invocação do Espírito Santo, os santos óleos, a mitra e o livro pontifical.
Terminado o rito da Crisma , a missa continua até seu final.

A presença da comunidade é muito importante. É ela que acolhe o bispo e crismandos. E toda a assembléia celebra, participando também da graça do Espírito Santo dado aos confirmados.


                                    

Ordem

Já dissemos que, durante a Última Ceia de Jesus, na tarde da Quinta-feira Santa, véspera de sua morte , ele instituiu a Eucaristia dizendo: “Façam isto em memória de mim”.

Mas quem deveria renovar para sempre esta memória ? Naquele momento, evidentemente os primeiros discípulos, que poderiam então ensinar, santificar e guiar os adeptos ao Cristianismo, ministrando os sacramentos.

E depois dos primeiros discípulos ? Todos os homens que quisessem ser “ordenados” presbíteros, consagrando-se para o culto a Deus e para o serviço religioso do povo. Assim, os bispos e os padres são hoje os sucessores dos apóstolos e representam Cristo, o Bom Pastor, para perpetuar sua obra no mundo.

A Ordem se divide em:

v  Diaconato: Diácono significa “servidor”. É aquele que ajuda o bispo e o sacerdote na celebração eucarística; proclama o Evangelho; distribui a Eucaristia; e com a permissão do bispo pode ministrar alguns sacramentos.

v  Presbítero: Presbítero é o sacerdote, o padre. Este celebra a missa; perdoa os pecados; administra os sacramento do Batismo e da Unção dos Enfermos; e tem responsabilidade de dirigir e formar o “rebanho” de fieis que lhe foi confiado.



v  Episcopado: O bispo, sucessor dos apóstolos, é um sacerdote em sentido pleno: ministra todos os sacramentos, em particular a Confirmação ou Crisma e a Ordem. O bispo é sempre o “pastor” de um rebanho maior, que se chama  diocese.

O presbítero (padre) é sacerdote para sempre, por toda a eternidade, assim, como a pessoa que é batizada e crismada.


                                   



Matrimônio (Casamento)

A vida dos seres humanos, é a sua continuidade e preservação é um dom tão precioso que Deus quis  confia-lo em particular a dois seres: um homem e uma mulher.

Assim, o matrimônio é a união do homem e da mulher que se amam. E a consagração do seu amor dentro de um lar, responsabilizando-se ambos, consciente e livremente, pela vida que devem guardar e desenvolver. Por isso, a instituição do casamento é sagrada, estável e indissolúvel. E o amor que une o homem e a mulher que se casam expressa o amor  criador de Deus.

Desse modo, o homem e  mulher casados tornam-se os maiores colaboradores da obra criadora de Deus, assumindo a tarefa de educar os filhos na fé, que são frutos de sua união e de seu amor.

Marido e mulher são, pois, os ministros, isto é, responsáveis diretos pelo casamento, aceitando-se por toda a vida. Eles realizam, por assim dizer, o “contato” que lhes conforme a graça do sacramento.Quem preside o rito do sacramento não precisa de ser um padre. Ele participa do rito como uma testemunha qualificada e oficial, que recebe o acordo dos noivos e abençoa a união.




Assim como a Ordem, o casamento também é um sacramento indissolúvel, quer dizer, permanece por toda a vida até a morte. O sacramento do matrimônio dá ao homem e a mulher ajuda espiritual par viverem juntos santamente, educando seus filhos na fé e comprometendo-se a caminhar juntos pela vida. 

                                                   

Unção dos Enfermos

A dor e a doença são experiências que todos podem compreender, mesmo que por elas não tenham passado.

Jesus, quando veio ao mundo, ficou com muita pena de todos as misérias humanas e por isso, curou e confortou um número incalculável de enfermos . A respeito de Cristo, São Paulo escreveu: “Ele carregou sobre seus ombros as nossas enfermidades”.

Quando, pois, uma pessoa tem qualquer tipo de sofrimento , isso não significa que Deus a tenha abandonando.Ele está presente também na pessoa que sofre.

O sacramento da Unção dos Enfermos com os santos óleos é a união de nossos sofrimentos redentores de Cristo uma comunhão profunda, dando-lhe novo conforto.

Quando o sacerdote unge as mãos e a testa do enfermo, ele reza para que o Senhor lhe conceda a cura da alma e, se for da sua vontade , também a cura do corpo , dando-lhe esperança, paciência e confiança na aceitação da vontade do Pai.

A Unção dos Enfermos , tanto quanto a confissão, cancela os pecados de quem estiver impossibilitado de confessar-se por motivo de doença

São os seguintes momentos da Unção dos Enfermos:

v  Imposição das mãos feitas pelo sacerdote , que reza pelo enfermo;




v  Unção com o óleo dos enfermos: o sacerdote faz uma cruz na testa e na palma das mãos do doente. A testa e a palma das mãos representam toda a pessoa humana , que pensa e trabalha.

                              

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