2 de fevereiro de 2011

AS BEM-AVENTURANÇAS - PARTE II



Lucas, no seu evangelho, apresenta quatro bem-aventuranças para os pobres contrastando com quatro lamentações sobre os ricos (Lc 6,20-26). A esperteza, a ambição da riqueza, a sede de poder na acumulação de bens, que são a "sabedoria" deste mundo, são na realidade loucura e perdição diante de Deus; por sua vez, os pobres que se reúnem fraternalmente nas comunidades dos discípulos de Jesus encontram a vida em abundância, em comunhão com Deus (segunda leitura). Os pobres encontram seu espaço nas novas comunidades onde se vive a partilha. Os que choram passam a sorrir no novo convívio fraterno. Os mansos cativam os corações aproximando-os entre si. Os que têm fome e sede de justiça clamam e questionam a sociedade opressora, exploradora e excludente, empenhando-se na construção de uma nova sociedade, justa e fraterna. Os misericordiosos, cheios de compaixão, libertam aqueles que têm uma consciência carregada de culpabilidade, moldada sob a ideologia do sistema opressor. Os de coração puro são sensíveis a tudo o que há de bom e digno nos irmãos, valorizando a cada um, sem nenhuma discriminação. Os pacíficos se empenham na construção de um mundo livre da ambição e da violência daqueles que, seduzidos pela acumulação de riquezas, fazem a guerra e tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça. A prática libertadora do amor subverte a ordem dos ricos poderosos e violentos. Quem assume esta prática fica sob a ameaça da perseguição e da difamação. E muitos foram os que tiveram suas vidas imoladas por sua solidariedade com os empobrecidos, humilhados e explorados. Porém a alegria de unir sua vida com a vida de todos, em comunhão de vida com o Pai, é eterna.

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