23 de maio de 2009

MENSAGEM DO COORDENADOR

Ser coroinha é estar a serviço: a serviço do altar e do próximo. Servir ao altar não é apenas ajudar o padre, transportar os objetos litúrgicos ou executar as funções que lhe são próprias. Servir ao altar é muito mais: é participar do Mistério Pascal de Cristo, ou seja, da Paixão-Morte-Ressureição de Cristo. Servir ao altar é estar aos pés da cruz, é contemplar o Cristo ressuscitado com os olhos da fé e viver alegremente o Evangelho.
Estar a serviço do próximo é estar pronto para a doação e a entrega, é ser amparo e consolo para os que necessitam, é saber amar e viver a caridade. A vida de Cristo foi dedicada a servir o próximo. Da mesma, forma o coroinha é chamado a servir como Cristo.
No seu serviço o coroinha deve buscar sempre a alegria e a disposição, o contato fraterno e amigo, o respeito e a dedicação às coisas sagradas. O jovem deve demonstrar que vive sua fé, que observa os Mandamentos de Deus e que procura sempre ser justo e correto. Deve continuamente dar testemunho de que Cristo é o seu Senhor e Mestre.
Na vida do coroinha a oração é fundamental. É pela oração que o jovem aprende a se relacionar com Deus, a se tornar íntimo do Senhor. Na oração recebem-se as graças de Deus, o auxílio para os momentos difíceis e a força para superar o pecado e as falhas pessoais. Sem oração não se pode servir ao altar, pois como vamos estar com Cristo se não temos intimidade com Ele? É a oração que permite ao coroinha exercer o seu serviço ao próximo e ao altar de forma digna.
Ser coroinha é viver a Eucaristia, é viver Cristo em todos os momentos da vida. A Eucaristia é a fonte de todas as graças, é alimento que fortalece a alma e nos conduz ao Pai. Ao viver a Eucaristia, o coroinha vive o seu ministério de serviço com mais dignidade, dedicação, oração e amor e, assim, santifica-se e aproxima-se cada vez mais de Deus.

PENSEM NISSO!!!

Beijo pra quem for de beijo, e abraço pra quem for de abraço!

Do amigo coordenador,
Diórgenes

13 de maio de 2009

MOMENTO DE REFLEXÃO

Foi um dia desses. Eram dois irmãos vindos da favela. Um deles deveria ter cinco anos e o outro dez. Pés descalços, braços nus. Batiam de porta em porta, pedindo comida. Estavam famintos.

Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam.
Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: "vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos."
E voltou com uma latinha de leite. Que alegria!
Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: "você é mais velho, tome primeiro..." 
Estendeu a lata e ficou olhando-o, com a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos.
O menino de dez anos levou a lata à boca, no gesto de beber. Mas, apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite penetrasse. Depois, devolveu a latinha ao irmãozinho: "agora é a sua vez. Só um pouco", recomendou.
O pequeno deu um grande gole e exclamou: "como está gostoso."
Agora eu, disse o mais velho. Tornou a levar a latinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada.
"Agora você". "Agora eu". "Agora você".
Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.
Foi nesse momento que o mais extraordinário aconteceu. O mais velho começou a cantar e a jogar futebol com a latinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria.
Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância.
Observando aqueles dois irmãos e o "agora você", "agora eu", meus olhos se encheram de lágrimas.
Que lição de felicidade. Que demonstração de altruísmo. O maior, em verdade, demonstrou, pelo seu gesto que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe.
Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo.
Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em minha mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados.
"Fazer ao outro o que gostaria que lhe fosse feito."
"Amai-vos uns aos outros..."
***

Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade.

Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.

Faze o bem, sempre que possas. E se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felicidade estará esperando por ti.




-OS COROINHAS-

6 de maio de 2009

VIRTUALIDADE DO AMOR



Estamos infelizmente, nos encaminhando a cada dia para viver o que Renato Russo antes de morrer exortou: ‘Diga o que disserem, o mal do século é a solidão’, e esta semana esta frase foi reforçada por uma crônica que li de Arnaldo Jabor, que nos alerta: ‘ESTAMOS COM FOME DE AMOR’!

E tudo isso está acontecendo, pois estamos querendo viver nossos relacionamentos sob a “luz” da superficialidade, da virtualidade e do egocentrismo, numa falsa ilusão que implantaram em nós numa frase: - Eu nasci para ser feliz. E realmente seria, se não estivéssemos vivendo caricaturas de amor, que tem se manifestado de diversas formas, entre elas: o ficar sem compromisso, o R.F.(Rolo Fixo), ‘cuidar do gado’, ‘morder’, B.V.(Boca Virgem), Romances e Pegação, expressões estas que demonstram uma total falta de compromisso com o outro. Só seremos plenamente felizes, com a decisão em nosso coração, de que a nossa felicidade consiste em ver o outro (namorado(a), pais, amigo(a), paquera, marido, esposa) feliz, e só tem consciência disto quem tem Deus no coração, pois como a primeira carta de João capítulo 4, nos ensina, ‘Deus é amor’. Paremos para uma reflexão rápida. Quantas vezes já dissemos ‘EU TE AMO’ há alguém?
Pois é, talvez, o que tenha nos faltado era ler e viver a passagem da Bíblia, oonde São Paulo escreve a comunidade de Corintios, que é a maior descrição de como devemos amar, pois é assim que Deus nos ama, Ele é o sumo Amor. “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Corintios 13).
É preciso muita convicção para se dizer EU TE AMO. Imagine as pessoas que por trás de uma tela do computador, vão navegando, há procura de um amor verdadeiro, pois ninguém quer ficar sozinho, é só olhar as comunidades no orkut e constatar isto: 'Quero um amor pra vida toda!', 'Eu sou pra casar!' até a desesperançada 'Nasci pra ser sozinho!'. Mas no fundo no fundo, dizem o que a banda pop Jota Quest, canta em sua música, Amor Maior, segue um trecho:
Eu quero ficar só,
Mas comigo só
Eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho só
Não é possível...
Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Quero um amor maior
Um amor maior que eu...
O amor maior que podemos ter é a Deus, pois este não é virtual e nos apresentará como somos, nos ensinará quem somos, e se conseguirmos compreender, seguiremos amando até o fim, sem nos cansarmos e sem desacreditarmos do amor em nossos relacionamentos. Que consigamos nos desvencilhar da virtualidade que nos circunda e possamos assumir o amor de Deus que nos gerou, e que nos diz, ‘que desde do ventre materno, eu te escolhi e te elegi, teu nome gravado está em Minhas mãos’. Somos frutos de nossas escolhas, portanto para sua felicidade não permita que a virtualidade tome conta de sua vida, pois como diz Erich Fromm, “O mal do passado foi às pessoas tornarem-se escravas; o perigo do futuro é que elas tornem-se robôs”.

Raoni Mendes